terça-feira, 4 de outubro de 2011

PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM DO CHE GUEVARA SÍMIO

Devido aos problemas pessoais que estou enfrentando não tenho atualizado o Blog como deveria, mas faço um esforço e sempre que posso estou aqui.
Bem, dias atrás resolvi utilizar a minha prerrogativa de professor (olha só!) e fui ao cinema ver PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM. Gostei muito e estou absurdamente ansioso para assistir o renascimento da franquia que virá.

Constatei que durante todo o filme torcemos pelos símios, pois parecem ser mais humanos, (isso diz muito).
Vi o César (o macaco que protagoniza o filme) como uma espécie de Che Guevara dos símios, já que para muitos, ambos representam a rebeldia, a luta contra a injustiça e o espírito incorruptível.

 A luta insana da mãe de César na ânsia de protegê-lo faz com que a gente espere que a agressividade dela apareça nele, e durante um tempo essa é uma boa fonte de suspense. O fato é que César é assustador e ao mesmo tempo um líder altruísta e afável. ("Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás").

A maior vilã do filme é uma empresa farmacêutica que só pensa nos lucros. É a ganância da indústria, e os testes anti-éticos com cobaias, que serão o estopim pro desastre que vem no filme.

Planeta dos Macacos – A Origem joga com o paradoxo  da humanidade se destruindo graças aos seus erros e sua vontade de evoluir a qualquer custo, que cria esse conflito ético entre a ciência e a natureza, onde sempre o segundo mostra que o melhor é não interferir.

O filme nos faz refletir sobre preconceitos, ética e justiça. Acompanhamos emocionados a ascensão de Cesar de bicho de estimação a líder de uma raça subjugada.
Aos poucos César vai tomando consciência da importância da união e da mobilização: ("Macaco sozinho... fraco. Macacos juntos, forte.").
A primeira palavra proferida por César é simbólica, na verdade é um grito: “NÃO!”, que expressa ao mesmo tempo resistência à opressão humana e a incontrolável sede de liberdade dos primatas presos no abrigo para animais. De fato contagia, excita e inspira a todos que assistem. Quantas vezes nós não nos deparamos com situações que gostaríamos de bradar um estridente NÃOOOO!

Quando presenciamos a cena do vilão Dodge Landon dizendo: "Tire essas patas sujas de cima de mim, seu macaco nojento!”, temos a convicção de que torcer pelos símios é a atitude mais humana que devemos adotar.
Já estou roendo as unhas pelo próximo filme, vai ser interessante ver como os humanos perdem sua posição de raça superior do planeta terra e como primatas que no princípio só querem algum tipo mínimo de igualdade se transformam em bichos autoritários, supersticiosos e militaristas.
Em minha opinião César ainda vai proporcionar cenas memoráveis.

2 comentários:

  1. Pádua, bacana teu post !!!! Realmente essa relação que você faz é plausível.

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  2. Ótimo filme mesmo, cheio de significados como os que você citou. Para quem continuou assistindo mesmo depois da cena no aeroporto nota como será o possível fim dos seres humanos. O piloto doente contamina os passageiros que viajam para os outros paises...só prestar atenção na animação do final. Parabéns pelo post!

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